2 de novembro de 2015

:: Resenha 102 :: Amaldiçoado, Joe Hill

Sinopse: Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Além disso, descobre algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.

Então, esse livro foi algo bem diferente. Certo dia eu vi um filme chamado Horns, estrelado por Daniel Radcliffe, nosso querido Harry Potter e baseado em um livro de Joe Hill.
Peraí, para tudo!! Joe Hill? O Filho do Stephen King?! Para tudo!!! Que livro é esse??? Pesquisando na nossa mãe dos ignorantes, vulgo Google, descobri que esse livro aqui no Brasil, se chamava O PactoLogo, comecei uma correria desenfreada pelo livro e de maneira mais estranha descobri que não conseguia de modo alguma pra vender... Adivinhem porque?!


O Pacto se tornou Amaldiçoado. E com Daniel Radcliffe na capa. Aaaaah, Brasil... Sempre fazendo isso com a gente... Eu particularmente gostava mais da capa original, mas... antes isso do que nada.

Voltando ao filme, vi todo. No início achei chato, mas do meio para o final eu fiquei extasiada! Achei o filme maravilhoso e óóóbvio, pensei: se o filme é assim, que Deus me proteja, porque eu vou atrás do livro com tudo!!
Fui!
Acho que nem preciso dizer que ao ler o livro descobri que inúmeras coisas que acontecem no livro, não acontecem no filme. Mas dessa vez é louvável, porque acho que, do jeito deles, conseguiram manter a história, mudando algumas coisas, de forma a tentar manter sua essência. Mas vamos para o livro que é nosso foco principal


O filho do King mostra nesse livro que veio ao pai. Numa escrita envolvente, nos leva a conhecer o universo de Ig, um rapaz sortudo por ter uma boa família, um melhor amigo e o amor de sua vida. Mas sabemos que nada é perfeito, e de forma fluída e até cômica em certos momentos, acompanhamos essa harmonia ser destruída após uma noite de bebedeira. Coisa comum após a morte de sua amada Merrin.
A alma não pode ser destruída. A alma é eterna. Como o numero Pi, ela não tem fim nem conclusão. Como Pi, ela é uma constante. Pi é um numero irracional, impossível de ser fracionado. A alma também é uma equação irracional e indivisível que expressa perfeitamente uma coisa: você. A alma não teria nenhum valor para o Diabo se pudesse ser destruída. E não está perdida quando sob os cuidados de Satanás, como dizem por aí. Ele sempre sabe como encontra-la.
Ig acorda com uma enorme ressaca e chifres! Isso mesmo! Chifres! O mais interessante é que ninguém parece perceber seus chifres, mas todos passam a falar o que realmente acha, o que realmente sente, sem filtro algum.



E nessas condições, Ig descobre o que todos acham dele e da vida. Como o próprio Ig diz, ele passa a ser o demônio pessoal de todos. O Padre, o médico, os pais, até a avó! Todos acham que ele matou Merrin, que é estranho e que deveria ser punido; além de informações extras, de passados inimagináveis, que Ig gostaria, honestamente, de nunca saber, afinal, todos temos nossos pecados guardados a sete chaves. Ninguém acredita na inocência de Ig.
Cambaleou pelo gramado, sem nem olhar direito para onde estava indo. Os cantos de seus olhos estavam úmidos, e ele achou que estivesse chorando, mas, depois de tocar o rosto, seus dedos ficaram ensanguentados. Levou as mãos aos chifres. As pontas tinham rompido a pele e o sangue escorria pelas faces. Sentia um pulsar forte e constante nos chifres e, apesar da dor, uma excitação também despontava de suas têmporas, uma sensação de relaxamento não muito diferente um orgasmo. Ele avançou, trôpego, proferindo uma torrente de imprecações, obscenidades que ele trazia engasgado. Tinha ódio daquela dificuldade de respirar, do sangue pegajoso no seu rosto e nas mãos, do céu azul muito claro, de seu próprio cheiro, ódio, ódio, ódio.
Como já disse, ninguém é imune ao poder dos chifres de Ig, exceto Lee, seu melhor amigo que simplesmente não reage a esse poder. Ig consegue induzir as pessoas a fazerem aquilo ao qual já tem certa inclinação a fazer. Ele não consegue te convencer do contrário a sua opinião, ele só te dá aquele empurrãozinho para cometer seus pecados mais íntimos. Outra coisa que passa a acontecer com ele são as cobras. Elas passam a seguir Ig por todos os lugares. Depois ele descobre que consegue conversar com elas! O bagulho é doido!!



O livro tem 320 paginas e 50 capítulos, contudo, o livro é dividido em 5 partes. Inferno, Cereja, Sermão de Fogo, O Predestinado e Evangelho segundo Mick e Keith, onde cada um centra em uma parte da vida dos personagens principais do livro. Ig, seu irmão Terry, Merrin e Lee. Alternando entre presente e passado, a cada parte conhecemos um pouco mais de cada um deles, descobrindo fatores essenciais para o desfecho dessa história. Eu adorei a história e recomendo tanto o livro como o filme a todos. A leitura é gostosa, fluída, às vezes engraçada, às vezes trágica, mas terror mesmo, estilo papy King, não tem. O que é ótimo pra quem tem medo de ler esse gênero de livro. O cara ta virando um demônio, mas olhem só, é um demônio com problemas pessoais, saca?! Se você não fizer mal a ele, ele não vai nem te notar!



Título: Amaldiçoado
Título Original: Horns
Autor: Joe Hill
ISBN-13: 9788580413595
ISBN-10: 8580413591
Ano: 2015
Páginas: 320
Editora: Arqueiro
Compre aqui: Amazon
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5 comentários:

  1. Eu quero!!! Não curto muito terror, e tem algumas histórias do pai de Joe Hill que eu simplesmente acho muito assustadora, mas nunca li nada do filho. Como a sua avaliação foi positiva, pretendo ler este livro e assistir ao filme, vi a capa do livro, fiquei morrendo de vontade de comprar hahaha. E com sua resenha, a minha vontade de ler aumentou ainda mais!

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  2. Eu jurava que o Pacto e Amaldiçoado eram dois livros diferentes. Como assim, são a mesma coisa?? Essas editoras...
    Particularmente não gosto muito de capa de livro que é trocada depois que é adaptado para o cinema, mas ficou até legal.
    É a primeira vez que leio a resenha desse livro (tá aí meu espanto por descobrir que os 2 são 1), e achei bemmm interessante a historia. Não sou muito fã de terror, buscando na memoria acho que nunca li, mas como a Ana adiantou que não é um terror estilo King, com certeza vou ler.

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  3. Ana, quando se fala de filmes de terror, corro mais que barata da vassoura kkkk ( olha isso!). Sou muito medrosa e evito ao máximo em assisti-los. Esse também não é meu estilo de leitura, sou muito medrosa para me encorajar a ler Amaldiçoado mesmo criando as vezes coragem para ler algo assim, porém a sinopse e sua resenha me deixaram curiosa. Não espero ler, mas ainda assim fiquei pensando sobre o que Ig fez para que as pessoas pudessem cometer seus maiores pecados \o/

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  4. Não vi o filme por não gostar muito do Daniel (não sei por quê), já o livro super me chama atenção justamente por ter sido escrito pelo filho do Stephen King, que convenhamos, é incrível.

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  5. Não conhecia o livro! É de chamar a atenção tanto uma quanto a outra capa. E sim ninguém merece isso de mudanças de nome, capas originais com capas dos atores dos filmes nos livros! Fiquei muito curioso com o livro porém opto por ver o filme mesmo, não sou muito de ler terror, e sim ver filmes de terror haha. Ótima resenha!

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